sábado, 6 de julho de 2013
Praças do Conhecimento na Cidade do Rio de Janeiro.
O Projeto:
A Praça do Conhecimento é uma grande oportunidade de formar os cibercidadãos de hoje e amanhã, por ser uma área especial para ligar o usuário não só ao mundo da tecnologia, mas também aos seus direitos como cidadão.
É constituído de uma Praça, em Padre Miguel, e cinco outras Naves, em Irajá, Madureira, Penha, Santa Cruz e Vila Aliança.
Os prédios abrangem uma grande diversidade de ambientes com equipamentos de alta tecnologia à disposição dos usuários, com ações especificas para os jovens das comunidades locais como concursos, mostras de cinema e oficinas.
Os cursos abrangerão conteúdos nas áreas de tecnologia da informação, produção gráfica, web design, computação gráfica, produção de vídeo e fotografia, robótica, entre outros.
A proposta da Praça do Conhecimento é funcionar como um polo de inclusão digital, permitindo acesso à internet, ferramentas de ensino e programas de uso pessoal, criando um núcleo de difusão e criação artística, cultural e social para os moradores locais.
Conheça a Praça:
A Praça/Nave do Conhecimento oferece uma série de oportunidades para a comunidade.
Abaixo, algumas informações importantes para que você entenda o funcionamento.
Acesso do público:
Terça à Sábado – das 9 da manhã às 9 da noite.
Domingo – das 9:30 da manhã às 4:30 da tarde.
Ao chegar na Nave você vai encontrar:
Terminal de autoatendimento -
Terminal de autoatendimento para cadastro de usuários na Praça/Nave, além de consulta de programação e reserva de uso da Lan Table.
Lan Table:
Espaço para uso livre de computadores, prontos para navegação na internet, edição de mídias, jogos e demais atividades que usem conteúdo digital. Caso esteja lotada, requer reserva no terminal de autoatendimento.
Biblioteca Digital:
Ambiente ideal para estudo e trabalho, é o espaço com computadores com acesso restrito a conteúdos educativos. Caso esteja lotada, requer reserva no terminal de autoatendimento.
Poltronas de leitura:
Nenhum lugar será melhor para ficar por dentro do que acontece no mundo: as poltronas são equipadas com tablets para leitura de jornais, livros e revistas digitais.
Sala Multimídia:
Espaço dedicado aos cursos da Praça/Nave. É uma sala equipada com computadores e projetores, que deixam o ambiente educacional mais instigante e interessante.
É também dedicado ao uso de professores por redes de ensino, que podem fazer a reserva da Sala, de acordo com a disponibilidade de horário. Assim, as aulas podem ficar mais dinâmicas e instigantes, garantindo um melhor aprendizado.
Parede do Conhecimento:
Tela interativa que permite acesso de diversos usuários (multitoque) a aplicativos informativos e educacionais. Contém aplicativos tais como: Grandes Mestres do Conhecimento, Tocador de Vídeos, Notícias, Infográficos etc.
Mapa das Comunidades:
O mapa da comunidade pode ser visto numa mesa interativa multitoque, com diversas informações divididas em categorias, que indicam os serviços e obras do local. Também é possível deixar sugestões e reclamações no mapa.
Galeria Digital:
Exibição de obras em forma de exposições virtuais interativas. Através do movimento das mãos, é possível navegar por todo o conteúdo.
Árvore da Comunidade *
Escultura em formato de árvore, a qual os frutos são telas com depoimentos da comunidade para a posteridade. Além de gravar o seu próprio depoimento, é possível assistir aos outros depoimentos.
Nuvem do Conhecimento:
É onde todos os conteúdos de todas as Naves e Praça do Conhecimento estão disponíveis. Navegando pela Nuvem é possível acessar informações como arquivos, programas, serviços, perfis e cursos.
Playground *
Área reservada para crianças, com brinquedos interativos, tais como o Teatro de Histórias e o Cubo Mágico, na Praça do Conhecimento de Padre Miguel.
Anfiteatro *
Teatro com auditório e sistema de projeção, onde acontecerão diversos eventos. A exibição inicia-se sempre às 19h, as quintas, sextas e sábados.
Olho **
Sistema de projeção, com um cinema ao ar livre, onde são passados filmes, documentários e animações. A exibição inicia-se sempre às 7h da noite, nas sextas e sábados.
Gruta do Conhecimento **
Cantinho com brinquedos interativos, onde as crianças poderão se "refugiar" e se divertir, nas Naves do Conhecimento.
Rio do Amanhã *
Maquete do Rio de Janeiro do futuro, com uma tela interativa que mostra informações sobre as obras que estão transformando a cidade.
* Apenas na Praça.
** Apenas nas Naves.
Saiba mais em http://www.pracadoconhecimento.org.br/#/homepage
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Notícias do Professor Paulo Henrique Colonese.
TEATRO SOBRE AQUECIMENTO GLOBAL NO MUSEU DA VIDA...
GRUPO TEATRAL PORTUGUÊS FAZ APRESENTAÇÃO ÚNICA SOBRE AQUECIMENTO GLOBAL NO MUSEU DA VIDA.
Imagem: Reprodução.
O Museu da Vida recebe no dia 15 de julho, às 14h, o grupo português Causa Associação Cultural para uma apresentação única da peça Aquecimento esclarecido. A montagem é uma sátira sobre as mudanças climáticas e o aquecimento global, inspirada na conferência do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, retratada no documentário Uma verdade inconveniente, de 2006.
O espetáculo usa do humor para tratar da controvérsia que cerca o tema. No formato de conferência, a peça aborda, de forma crítica, os argumentos daqueles que negam a existência ou a responsabilidade do homem nos processos que levam às mudanças climáticas.
Com duração de cerca de 35 minutos, a apresentação é seguida de debate com um especialista no tema. A peça, voltada para maiores de 12 anos, foi escrita pelo bioquímico David Marçal, autor de outros textos sobre temas científicos e coordenador do grupo Cientistas em Pé, de stand-up comedy com cientistas.
Serviço:
Aquecimento Esclarecido.
Espetáculo gratuito.
15 de julho, às 14h.
Local: Tenda da Ciência.
Endereço: Av. Brasil, 4365 - Manguinhos - Rio de Janeiro (dentro do campus da Fiocruz e próximo à passarela 6).
Informações: (21) 2590-6747.
SEMINÁRIO MUSEU-ESCOLA no Museu da Vida.
SEMINÁRIO ABORDA ATIVIDADES DE APROXIMAÇÃO ENTRE O MUSEU E A ESCOLA.
O ciclo de palestras “Seminários em Divulgação Científica” vai discutir iniciativas para tornar mais proveitosas as visitas das escolas aos museus no dia 8 de julho, às 9h30. Para falar do assunto, o Curso de Especialização em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde convidou a historiadora Andréa Costa, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e astrônoma Flávia Requeijo, do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast).
As educadoras falarão sobre o projeto “Trilhas Educativas: entre o Museu e a Escola”, implementado nas instituições em que atuam. A iniciativa abrange as atividades desenvolvidas na preparação do professor e da turma para a visita aos museus, na dinâmica da visita e na continuidade das atividades educativas após o retorno da turma à escola.
O seminário é gratuito, aberto ao público e acontecerá na sala de aula do Museu da Vida. O Curso de Especialização em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde é resultado de uma parceria entre Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, Casa da Ciência/UFRJ, Fundação Cecierj, Museu de Astronomia e Ciências Afins e Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Serviço:
Seminário “Dois museus, uma proposta metodológica – Trilhas Educativas no Mast e no Museu Nacional”.
Data: 8 de julho.
Horário: 9h30.
Local: Sala de aula do Museu da Vida (próxima à sala de exposições do museu).
Endereço: Museu da Vida, na Av. Brasil, 4365 – Manguinhos – Rio de Janeiro (perto da passarela 6 e dentro do campusda Fiocruz).
Prof. Paulo Henrique Colonese.
Correio Eletrônico: coloneseph@globo.com
Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/1432256231448414
LabAGeo - Laboratório Aventuras Geométricas - http://br.groups.yahoo.com/group/LabAGeo/
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Alfabetização e Consciência Fonológica: teoria e prática pedagógica - Instituto de Psicologia da UERJ.
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Instituto de Psicologia, abriu inscrições para um workshop que irá debater o tema Alfabetização e Consciência Fonológica: teoria e prática pedagógica.
O workshop tem por objetivo apresentar os achados recentes das pesquisas na área e o modo pelo qual tais descobertas podem ser aplicadas no cotidiano escolar. Visa ainda discutir o conceito de habilidades metalinguísticas, avaliando criticamente as adaptações que já foram feitas na prática escolar e expondo alternativas para o desenvolvimento dessas habilidades na escola.
O público-alvo é composto por profissionais interessados no processo de alfabetização: professores de ensino fundamental, pedagogos, psicólogos, dentre outros. As inscrições podem ser feitas até o dia 12 de agosto de 2013 no site do Cepuerj (www.cepuerj.uerj.br).
Mais informações:
Dia e horário - 17 de agosto de 2013, sábado, das 9h às 17h.
Valor da inscrição - R$ 60,00 (público em geral) e R$ 50,00 (professores da rede pública estadual ou municipal e alunos da Uerj).
CENTRO DE PRODUÇÃO DA UERJ-
Rua São Francisco Xavier, 524.
Maracanã, Rio de Janeiro, RJ.
1º andar, Bloco A, Sala 1006.
CEP: 20559-900.
Horário de atendimento na Recepção: de 2ª a 6ª feira, das 9h às 18h.
Teleatendimento: (21) 2334.0639 de 2ª a 6ª feira, das 8h às 19h.
E-mail: cepuerj@uerj.br Site
www.cepuerj.uerj.br
quarta-feira, 3 de julho de 2013
terça-feira, 2 de julho de 2013
Notícias do Blog da Audiodescrição: Nem herois nem coitados, compartilhamos sentidos.
por Miriam Sanger.
O teatro proporciona uma vibrante troca de experiências. Ouvintes e surdos, cegos e videntes. Nem heróis, nem coitados. O palco e sua linguagem põem abaixo o estigma de que pessoas com deficiência só podem ter dois papéis na vida.
Não Só de Pão: o mais difícil é saber quem inclui quem nessa história israelense.
O palco se enche de luz e, no meio dele, uma trupe de atores está sentada em uma longa mesa. Preparam a massa, ingrediente do espetáculo Não Só de Pão. O público está ansioso – veio assistir a uma peça de teatro encenada por atores cegos, surdos e mudos. É possível ouvir os pensamentos: como pode atuar alguém que não fala, não ouve e não vê? Então a mágica orquestrada pelo Nalaga’at Center, sediado na cidade israelense de Tel Aviv, acontece. Os atores compartilham com a plateia ansiosa, em cenas cheias de poesia, os sonhos que todos os seres humanos têm e nem mesmo uma deficiência severa é capaz de apagar. É quase um teatro do absurdo, hoje chamado de “teatro inclusivo”, que convida o espectador a entrar em um mundo desconhecido. O mais difícil é saber quem inclui quem nessa história.
Um espetáculo que traz em seu elenco atores com deficiências físicas nunca propicia uma experiência comum. Isso acontece também porque, justamente por causa da deficiência – auditiva, visual ou verbal, ou todas conjugadas –, são trabalhados com maior intensidade outros sentidos em geral relegados a segundo plano. A sonorização, mais rica, é um recurso extra, enquanto o olfato e o tato crescem em cena. Esse tal de teatro inclusivo tem clara vocação artística, obviamente, mas pelo menos nesses primeiros anos de evidente experimentação tem também o papel de quebrar a barreira do preconceito que nos divide em grupos, e nos isola. O resultado é uma experiência mágica e incômoda – põe em perspectiva as deficiências de cada um de nós.
“Ninguém sai de nossas peças da mesma forma que entrou”.
“Ninguém sai de nossas peças da mesma forma que entrou”, conta Paulo Braz, diretor do Projeto Expressividade Cênica para Pessoas com Deficiência Visual, iniciado em 2001. “Lembro dos primeiros encontros com esse grupo de atores cegos, e a situação deu um nó na minha cabeça. Como faríamos para que eles pudessem se movimentar livremente pelo palco? Esse era um aspecto fundamental do trabalho, pois nosso objetivo comum nunca foi valorizar a deficiência. E, em vez de restringir a movimentação, inventamos recursos, como o piso tátil, que permite que os atores, descalços, caminhem com segurança”, explica.
“Quando você pensa nos deficientes visuais, vem à mente a dificuldade que têm para caminhar. Não foi o que vi naqueles atores, e isso me chocou. Ao fim da peça, continuei sentada, refletindo. Olhamos para os deficientes achando que sua vida é cheia de limites, e o que vi no palco mostrou o inverso. Saí dali com um olhar diferente”, descreve Lélia Rocha, docente de Língua e Literatura Francesas na Universidade Estadual de Londrina, que assistiu duas vezes a Olhares Guardados, a segunda montagem teatral do grupo, que sucedeu à peça Cidades Invisíveis.
Enquanto diretores reveem sua estratégia e o público, suas concepções, o deficiente também precisa se reinventar, física e emocionalmente, para atuar, superando os próprios preconceitos e receios. “A primeira coisa que fizemos juntos foram exercícios para nos soltar. O deficiente mantém o corpo muito rígido: estamos o tempo inteiro armados pelo medo dos obstáculos”, conta Gleice Santana, atriz do grupo NósCegos, de Belo Horizonte, cega desde os 10 anos de idade. A trupe foi formada em 2006 pela diretora Kelly Crifer, que encontrou em cinco meninos e meninas, entre 13 e 14 anos, disposição de encarar o desafio de se expor a uma plateia que eles só podem imaginar.
“Nas primeiras apresentações eu estava ansiosa, mas também superfeliz. Sentia que, ao mesmo tempo em que eu levava arte para as pessoas, quebrava um paradigma. Ali, no palco, a gente pode tudo”, descreve a atriz. As muitas apresentações que o grupo realizou em escolas foram, em sua opinião, seu trabalho mais importante até o momento. “Preconceito começa na educação. Ao entrarmos em contato com as crianças, mostramos a elas como é possível crescer com uma nova mentalidade, mais aberta, menos excludente. Fala-se muito por aí sobre inclusão, mas a gente sabe que ela dificilmente acontece na prática”.
Compartilhar sentidos:
A inclusão é um movimento de mão dupla: a aceitação deve vir de todas as partes envolvidas, e esse aspecto precisa ser também trabalhado com os deficientes, segundo a diretora Kelly. “É fundamental combater a barreira imposta por eles. Normalmente, por causa da nossa ignorância, os deficientes reagem se acomodando e se retraindo. É preciso dar-lhes consciência de suas potencialidades porque, com elas, eles se tornam mais fortes para se expor a novas experiências". O jovem grupo chegou longe: estreou com a peça Boi sem Estrelas, em 2006, no ano seguinte encenou Os Saltimbancos e, depois, A Ver Estrelas. “Nesse processo, é evidente como esses atores passaram a lidar melhor com seus preconceitos e partiram para a ação: precisam ensinar a sua verdade para as outras pessoas”.
Sueli Ramalho, atriz, intérprete, tradutora e professora de línguas gestuais – cada país tem a sua, a do Brasil é a Libras –, faz um trabalho importante nesse sentido. Ela e o irmão Rimar Romano, também ator e surdo, montaram a Cia Arte & Silêncio, com a qual se apresentam em ONGs, empresas e instituições. Suas performances, sempre com doses de comicidade, têm como objetivo mostrar o mundo e a cultura dos deficientes auditivos. “Queremos derrubar mitos e preconceitos. Superadas as dificuldades, todos somos obviamente iguais e enriquecedoramente diferentes”, diz Sueli.
A atriz israelense Batsheva Ravenseri, cega, surda e muda, também ressalta a importância de expor sua realidade. “Quando estou no palco, me sinto importante porque sei que estou ensinando à plateia algo a respeito do nosso mundo. Muitos nem sabem que existem pessoas como nós”, conta. O objetivo das peças do Nalaga’at – que sugestivamente quer dizer “toque, por favor”, em hebraico – vai nesse sentido, segundo a diretora Adina Tal. “Nosso teatro não fala especificamente sobre surdez ou cegueira, mas sobre a imperfeição em cada um de nós. Essa experiência nos torna mais receptivos às pessoas a nossa volta”.
O diretor teatral português João Pedro Correia também tateia nessa direção. Em 2007, formou a companhia Pele, sediada na cidade do Porto e composta por atores surdos. Seu interesse vai além de mostrar ao mundo o que um surdo pode fazer no palco: quer mostrar o que uma pessoa surda pode fazer na plateia. Para isso, busca soluções que tornem o teatro acessível a esse público. “Surdo não entra em sala de teatro porque acredita que não entenderá nada. Mas, quando entra, gosta, participa e sente-se cidadão. Não há outra saída: a mudança precisa partir da própria pessoa”, opina o diretor, que até o momento montou com esse elenco três espetáculos – com a música, no último deles, como elemento de destaque.
“Estreamos em um teatro pequeno e, no fim da peça, vários surdos da plateia vieram até nós para dizer que haviam adorado a música. Então entendi que eles sentiram a vibração dos tambores em cena através do piso, e isso abriu para mim uma nova perspectiva cênica”. No quarto espetáculo, prestes a estrear, João Pedro utilizará um sistema de pastilhas que amplifica o som dos objetos em cena. “Um relógio que toca, o passar de vassouras ou um toque na porta poderão ser sentidos pelo público surdo”.
Muitas vezes desesperançados ou acomodados, os deficientes encontram uma forma diferente de encarar a vida e a si mesmos.
No Brasil, também há experiências interessantes acontecendo. Em Belo Horizonte, há poucas semanas entrou em cartaz a peça Um Amigo Diferente?, a primeira no país com total acessibilidade. Há intérprete de Libras, legenda eletrônica, programa da peça em braile e lugares para cadeirantes. Mais ainda: antes da peça, um profissional passeia pelo palco com o público cego, para que todos possam tocar os figurinos e os cenários e, assim, acompanhar melhor as cenas mais tarde, com a ajuda de audiodescrição. Em São Paulo, O Grande Viúvo, montagem baseada em texto de Nelson Rodrigues, conta com atores cegos e é totalmente encenada no escuro.
Tantas novidades – reinvenção cênica, quebra de paradigmas, revisão de preconceitos – tornam-se, no entanto, pequenas frente à revolução que o teatro inclusivo representa dentro do universo do ator deficiente. Muitas vezes desesperançado ou acomodado, ele encontra uma forma diferente de encarar a vida e a si mesmo. “O teatro foi para mim uma surpresa, porque descobri um talento meu que desconhecia”, conta João Durval, DJ conhecido da noite de Londrina (PR) que, cego desde a infância, foi convidado por Paulo Braz para integrar o grupo Expressividade Cênica. “É um mundo diferente daquele que eu estava acostumado. Na minha atividade como DJ há barulho, e por meio dela me faço ser ouvido; no palco, vivo o silêncio e me exponho. É uma sensação incrível a de ser valorizado pelo que se faz”, descreve.
Surdos fazem música no espetáculo português Quase Nada.
Batsheva também veste uma nova pele quando entra em cena: “Quando estou no palco, sinto-me como uma pessoa normal, sem nenhuma limitação”. E, para seu colega de cena Itzik Hanuna – o narrador da peça Não Só de Pão –, o ingresso no Nalaga’at foi um divisor de águas. “Minha vida ganhou sentido. Esse não foi um caminho fácil, mas me forçou a me arriscar em novas atividades, como escrever”, conta Hanuna, cego desde o nascimento e surdo a partir dos 11 anos. É no fim da peça, quando o público é convidado a ir ao palco para se comunicar com o elenco, com a ajuda de intérpretes, que Hanuna mais vibra. É um momento delicado, incrivelmente emocionante para uns e terrivelmente incômodo para outros.
“Não gostei de ter sido chamado para me aproximar deles. Parece-me que estão sendo expostos, como animais em um zoológico”, comentou o espectador Adi Tali assim que as luzes da plateia se acenderam. Se o ouvisse, Hanuna não concordaria com ele. “O contato com o público é para mim o momento mais prazeroso do espetáculo, pois é a hora em que nos comunicamos como qualquer outra pessoa. Infelizmente, para muitos é mais fácil dividir os deficientes em duas categorias: herói ou coitado. No entanto, não somos nem um, nem outro, e cabe a nós decidir se queremos tomar o destino em nossas mãos ou nos entregar. ” Pois afinal, como seu personagem descreve em uma das primeiras cenas do espetáculo, “todos nós temos ambições – não vivemos só de pão”.
Origem: Rede Brasil Atual - Número 84, Junho 2013.
Fonte Blog da Audiodescrição.
Outras informações sobre audiodescrição>>>>
Acesso http://www.blogdaaudiodescricao.com.br/2013/07/nem-herois-nem-coitados-compartilhamos-sentidos.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+BlogDaAudiodescricao+%28Blog+da+Audiodescri%C3%A7%C3%A3o%29
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Profª Nivea Muniz Vieira
Doutoranda em Geografia Humana na USP - 2012. Mestre em Geografia e Meio Ambiente pela Pontifícia Universidade Católica - PUC-Rio com defesa e aprovação realizadas em outubro de 2009. É Especialista em Patrimônio pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional - PEP/lPHAN com defesa de Monografia realizada em agosto de 2009. Possui Licenciatura Plena (2007) e Bacharelado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2007). Participa de Grupos de Estudos em Ordenamento Territorial; em Técnica, Trabalho e Espaço. Ministrou aulas de Geografia no Pré-vestibular de Nova Iguaçu - parceria prefeitura e Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ. Tem participado de cursos, congressos e palestras, apresentando trabalhos,em eventos científicos dentro e fora do Rio de Janeiro.
(Foto da apresentação de trabalho no IX Encontro de Educadores do Centro Universitário ABEU/Nilópolis RJ). A Profª Nivea é pesquisadora e orienta bolsistas do Núcleo de Estudos Geoambientais - NUCLAMB/UFRJ, cuja coordenadora é a Profª. Drª. Júlia Adão Bernardes e já participou do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Espaço e Metropolização - NEPEM/PUC-Rio sob a coordenação do Prof. Álvaro Henrique de Souza Ferreira. Atua principalmente nos seguintes temas: agricultura moderna, espaço, trabalho, técnica, fronteira, BR-163 (MT) e cultura. Hoje, é professora das redes de ensino Estadual e Municipal do Rio de Janeiro.
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